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Blog do Dr. Alexandre Faisal

Exercício na gravidez reduz risco de cesariana

Alexandre Faisal

01/08/2014 17h13

 

Estratégias para reduzir as taxas de cesariana são bem vindas. Uma meta-análise avalia se o exercício físico durante a gravidez é uma delas.  

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        O número de cesarianas vem crescendo sistematicamente em diversos países, incluindo do Brasil. O impacto negativo da cesariana sobre a mãe e bebê é amplamente conhecido, mas isso não tem sido útil para conter este aumento. Avaliar a eficácia de diferentes estratégias para reduzir o risco de cesariana é importantíssimo. E uma delas é o exercício físico. Uma meta-análise realizada por pesquisadores suíços publicada no periódico "American Journal of Obstetrics and Gynecology" afirma que sim.

        Os autores do estudo agruparam resultados de 16 ensaios clínicos de boa qualidade que avaliaram diferentes tipos de programas estruturados de exercícios físicos durante a gravidez sobre o curso do trabalho de parto. No total foram analisados dados de mais de 3300 mulheres. O principal resultado da pesquisa mostra que houve diminuição de 15% no risco de cesariana no grupo de mulheres que se exercitavam. Mais ainda, estas mulheres ganharam em média 1 quilo a menos na gravidez. A explicação para a redução da taxa de cesariana entre as mulheres que exercitam regularmente na gravidez pode estar justamente nesta redução do peso corporal já que isso tem benefícios de longo prazo na saúde das mulheres e porque outros estudos têm mostrado que o aumento dos partos cesarianas se correlaciona com o aumento do peso corporal. E quanto ao peso do bebe ao nascer, não houve diferença entre os grupos, o que deve tranquilizar ainda mais as mulheres ativas fisicamente.

         A conclusão da pesquisa é alentadora já que, segundo os autores, é difícil obter uma redução tão significativa do número de cesarianas com qualquer outra intervenção individual. Daí que todas as mulheres deveriam ser estimuladas e aconselhadas por seus obstetras a praticarem exercícios durante a gestação, se não houver uma contra-indicação formal para este tipo de atividade. E felizmente, na maioria das vezes. Basta agora as gestantes deixarem a preguiça de lado, e começar a malhar. Principalmente se elas planejam ter partos normais e não querem evitar alguns quilinhos a mais no final da gravidez.

(Domenjoz I, Kayser B, Boulvain M. Effect of physical activity during pregnancy on mode of delivery. Am J Obstet Gynecol 2014;210)


Sobre o Autor

Alexandre Faisal é ginecologista-obstetra, pós-doutor pela USP e pesquisador científico do Departamento de Medicina Preventiva da FMUSP. Formado em Psicossomática, pelo Instituto Sedes Sapientiae, publicou o livro "Ginecologia Psicossomática" e é co-autor do livro "Segredos de Mulher: diálogos entre um ginecologista e um psicanalista”. Atualmente é colunista da Rádio USP (FM 93.7) e da Rádio Bandeirantes (FM 90.9). Já realizou diversas palestras médicas no país e no exterior. Apresenta palestras culturais e sobre saúde em empresas e eventos.

Sobre o Blog

Acompanhe os boletins do "Saúde feminina: um jeito diferente de entender a mulher" que discutem os assuntos que interessam as mulheres e seus parceiros. Uma abordagem didática e descontraída das mais recentes pesquisas nacionais e internacionais sobre temas como gravidez, métodos anticoncepcionais, sexualidade, saúde mental, menopausa, adolescência, atividades físicas, dieta, relacionamento conjugal, etc. Aproveite.

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