Reposição de testosterona só funciona em doses suprafisiológicas
A reposição do hormônio androgênico é muito popular entre as mulheres que querem aumentar a libido e ganhar massa muscular. Um ensaio clínico americano avalia se isso funciona
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Os estudos sobre reposição do hormônio testosterona para mulheres na menopausa têm produzido resultados conflitantes para infelicidade de algumas mulheres que reclamam de declínio em várias áreas tais como sexualidade e desempenho muscular. Vale lembrar que as mulheres têm produção fisiológica de testosterona mesmo após a menopausa. No entanto, alguns estudos mostram benefício da reposição, mas nem sempre os riscos de longo prazo são bem estabelecidos. Outra dúvida refere-se à dose terapêutica da droga.
Pois bem, um ensaio clínico realizado em Boston e Los Angeles se propôs a determinar os efeitos dose-dependentes da testosterona sobre a função sexual, composição corporal, desempenho muscular e capacidade física em mulheres histerectomizadas, com ou sem a presença dos ovários. Para isso 71 mulheres saudáveis, com idades entre 21 e 60 anos, na pós-menopausa e com baixos níveis de testosterona receberam inicialmente estradiol transdérmico por 12 semanas e depois foram sorteadas para receber injeções semanais por via intramuscular de placebo ou de formulações de 3 a 25 mg de enantato de testosterona durante 24 semanas. Foram feitas dosagens de testosterona sérica nos diferentes grupos. O resultado principal foi a avaliação sexual mensurada por escalas. Quanto aos resultados, as concentrações do hormônio aumentaram em todos os grupos proporcionalmente à dose usada, exceto no grupo placebo. Mais importante, houve melhora de diversos parâmetros sexuais, tais como desejo, excitação, freqüência da atividade sexual no grupo que recebeu altas doses da testosterona. Do mesmo modo, houve melhora da massa magra, capacidade física e força muscular apenas nestas mulheres, mas não nas mulheres que receberam doses mais baixas do hormônio.
Os resultados são promissores segundo os autores, que, no entanto, advertem que apesar da baixa freqüência de eventos adversos no período do estudo, estudos de longo prazo são necessários. O alerta foca principalmente nos riscos cardiovasculares. Mas possivelmente isso se aplica aos riscos metabólicos e câncer. Como se vê, provar que apenas em doses altas ou suprafisiológicas a reposição de testosterona funciona, não chega a ser um resultado alentador para as mulheres que apresentam queixas sexuais. Talvez neste caso elas prefiram ficar com a segurança de uma sexual sem alegrias
(Huang et al. Testosterone dose-response relationships in hysterectomized women with or without oophorectomy: effects on sexual function, body composition, muscle performance and physical function in a randomized trial. Menopause 21(6): 612/62, 2014)
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