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Blog do Dr. Alexandre Faisal

Quem é mais saudável no Brasil: homens ou mulheres?

Alexandre Faisal

12/12/2014 16h56

 

Dados da Pesquisa Nacional de Saúde apresentam um panorama da saúde da população brasileira. E ajuda a esclarecer se homens ou mulheres estão em melhores condições de saúde. 

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Saíram os dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) do IBGE que, em convênio com o Ministério da Saúde, visitou cerca de 80 mil domicílios, em 1.600 municípios de todo o país, no segundo semestre de 2013. As informações coletadas permitem um panorama bem completo da saúde da população brasileira. Na época da pesquisa, o Brasil tinha 146,3 milhões de pessoas com 18 anos ou mais de idade. Vejamos alguns resultados que possibilitam também avaliar quem está melhor de saúde, se os homens ou as mulheres.

 1. Consumo de álcool

  • 24,0% consumiam bebida alcoólica uma vez ou mais por semana (homens 36,3% x mulheres 13,0%),
  • em média, os homens começam a beber aos 17,9 anos e as mulheres, aos 20,6 anos.
  • condução de carro ou motocicleta depois de ingerirem bebidas alcoólicas (homens 27,4% x mulheres 11,9%).

 2. Prática de atividades físicas

  • A prática do nível recomendado de atividade física no lazer foi informada por 22,5% dos adultos (27,1%, dos homens e 18,4%, das mulheres). Esse indicador tende a crescer com o nível de instrução e a diminuir para as idades mais elevadas.
  • Indivíduos fisicamente ativos no trabalho são aqueles que andam a pé, fazem faxina pesada, carregam  peso ou fazem esforço físico intenso, durante 150 minutos ou mais na semana. No país, 14,0% dos adultos estavam nessa condição (homens, 22,0% x mulheres, 7,0%).
  • Mulheres predominavam na atividade física durante os afazeres domésticos. 12,1% praticavam, por no mínimo 150 minutos semanais, atividades domésticas que exigiam esforço físico intenso (18,2%, das mulheres e 5,4%, dos homens).
  • Entre os participantes, 46,0% eram insuficientemente ativos, isto é, não praticaram qualquer atividade física no lazer nos últimos três meses, não realizaram esforços físicos intensos no trabalho, não se deslocaram para o trabalho ou a escola a pé ou de bicicleta. As mulheres mostraram as freqüências mais altas de inatividade. Cerca de 42,3 milhões de pessoas, ou 28,9% dos adultos, assistiam à televisão por três ou mais horas diárias.

 3. Tabagismo

  • Eram fumantes diários 12,7% dos adultos (16.2% homens e 9.7% mulheres)
  • 17,5% eram ex-fumantes (21.2% homens x 14.1% mulheres).
  • Entre os fumantes, 56% das mulheres x 48% dos homens tentaram parar de fumar nos 12 meses anteriores à visita da PNS. Aliás, pouco mais metade dos fumantes pensou em largar o vício devido às advertências sobre os riscos do tabagismo que vêm estampadas nos maços de cigarros.

 4. Dieta adequada

  • 37,3% consumiam cinco porções diárias de frutas e hortaliças (quantidade recomendada pela OMS) (mulheres 39,4% x homens 34,8%).
  • A proporção de pessoas que consumiam carne ou frango com excesso de gordura foi 37,2% (homens 47,2% x mulheres 28,3%).
  • 23,4% consumiam refrigerantes pelo menos cinco dias por semana (homens 26,6% x mulheres 20,5%).
  • Para 14,2% das pessoas, o seu próprio consumo de sal era considerado alto ou muito alto  (mulheres 12,5%  x  homens 16,1%).

 5. Presença de doenças crônicas

  • A PNS também investigou se essa população adulta foi diagnosticada por profissionais de saúde para alguma das 11 principais doenças crônicas não transmissíveis (doença cardiovascular, diabetes, câncer,  enfermidades respiratórias crônicas e doenças neuropsiquiátricas) que, juntas, são a causa de mais de 70% das mortes no país.
  • A pesquisa estimou que o Brasil têm 31,3 milhões de hipertensos (mulheres 24,2% x homens 18,3%).
  • 27,0 milhões de pessoas com problemas na coluna (mulheres 21,1% x homens 15,5%).
  • 12,5% da população foi diagnosticada com colesterol alto (mulheres 15,1% x homens 9,7%),
  • asma 4.4% (mulheres 43,4% x homens 29,8%)

          Como se vê não é fácil dizer quem está em melhores condições de saúde, se homens ou mulheres, já que existem particularidades para cada um dos sexos. Mas seja lá qual for sua opinião sobre esta diferença é bom, saber que independentemente do estado real de saúde, num quesito os homens vão melhor do que as mulheres. Na auto-avaliação de saúde, 70% dos homens contra 62% das mulheres consideram a própria saúde como boa ou muito boa (homens, 70,3% x 62,4% das mulheres).

(http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/pns/2013/default.shtm)

 

Sobre o Autor

Alexandre Faisal é ginecologista-obstetra, pós-doutor pela USP e pesquisador científico do Departamento de Medicina Preventiva da FMUSP. Formado em Psicossomática, pelo Instituto Sedes Sapientiae, publicou o livro "Ginecologia Psicossomática" e é co-autor do livro "Segredos de Mulher: diálogos entre um ginecologista e um psicanalista”. Atualmente é colunista da Rádio USP (FM 93.7) e da Rádio Bandeirantes (FM 90.9). Já realizou diversas palestras médicas no país e no exterior. Apresenta palestras culturais e sobre saúde em empresas e eventos.

Sobre o Blog

Acompanhe os boletins do "Saúde feminina: um jeito diferente de entender a mulher" que discutem os assuntos que interessam as mulheres e seus parceiros. Uma abordagem didática e descontraída das mais recentes pesquisas nacionais e internacionais sobre temas como gravidez, métodos anticoncepcionais, sexualidade, saúde mental, menopausa, adolescência, atividades físicas, dieta, relacionamento conjugal, etc. Aproveite.

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