Compartilhar a cama com o bebê é ainda prática comum
Compartilhar a cama com o bebê é uma prática perigosa. Um estudo americano investiga as explicações para a manutenção deste comportamento.
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Compartilhamento de cama entre mãe e bebês é ainda uma prática comum em muito locais e culturas. E trata-se de comportamento que aumenta o risco de mortes súbita do recém-nascido. Em 2011, a Academia de Pediatria americana fez recomendação contra a divisão do leito entre mãe-bebê já que estudos epidemiológicos haviam demonstrado que ela pode aumentar o risco de sobreaquecimento, obstrução das vias aéreas e cobertura da cabeça com asfixia da criança, todos estes fatores de risco para morte súbita. Mas porque alguns pais ainda adotam esta prática?. Este foi o objetivo de uma pesquisa realizada nos Estados Unidos que procurou a partir da revisão da literatura internacional compreender as razões pelas quais os pais escolhem o compartilhamento da cama com sua prole. Trinta e quatro estudos foram selecionados.
As principais causas apontadas para dormir com o bebê foram por ordem: a amamentação, conforto para a mãe ou bebê, sono mais duradouro ou de melhor qualidade, monitorização dos dados vitais bebê, formação do apego/vínculo entre a mãe e seu filho, causas ambientais tais como falta de berço ou para aquecer o bebê, pelo choro, por simplesmente discordar do perigo, e pelo instinto maternal. Tradição na família foi citada também, em pesquisas feitas nas Ilhas do Pacífico e em certas regiões do México. Em muitos casos as causas se combinavam, mostrando que para terminar com este tipo de atitude é preciso focar em vários aspectos. Mas fica claro que não se trata apenas de cuidados naturais com o bebê. Pelo contrário, para muitos pais é uma mistura de desinformação com preocupação consigo mesmos: dormir pouco, ter que levantar e se esgotar fisicamente ou psicologicamente cuidando do bebê.
A autora da publicação sugere que os médicos, os pediatras em particular devam discutir o tipo de ambiente de sono infantil, com cada família. Nos casos indicados eles devem intervir assegurando um ambiente seguro de sono para o bebê. Se todos os pais se preocuparem com isso, os bebês poderão realmente dormir em paz.
(Ward. Reasons for Mother–Infant Bed-Sharing: A Systematic Narrative Synthesis of the Literature and Implications for Future Research. Matern Child Health J (2015) 19:675–690)
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