Qualidade da interação pai-bebê influencia desenvolvimento do criança ?
A participação da mãe no primeiro ano de vida é fundamental para o desenvolvimento da criança. Um estudo inglês avalia se a interação do pai com o filho também é.
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No Brasil as mulheres que deram a luz podem contar com um período de licença maternidade que varia de 120 dias (na maioria dos casos) até 180 dias (na empresas cidadãs). Isso coloca o Brasil na companhia de mais 50 países que respeitam as recomendações da OIT (Organização Internacional do Trabalho), que propõe além de 14 semanas de afastamento, o pagamento de pelo menos 2/3 do salário da mulher. Mas nós brasileiros ficamos longe de países como Croácia, Reino Unido e Noruega que oferecem à mamãe, 13, 12 e 11 meses, respectivamente, de afastamento do trabalho. Mas e o papai como fica nesta história ?. A mesma OIT não preconiza nenhum padrão para licença-paternidade e, de fato, a grande maioria dos países não oferece nenhum tipo de benefício ao papai. Existem exceções como a Noruega (sempre ela) que possibilita 112 dias e os Estados Unidos com 84 dias de licença-paternidade. Na América Latina, as licenças são de 2 dias na Argentina e 4, no Peru. No Brasil 5.
A questão, no entanto, é se a presença dos pais pode ter alguma influência no desenvolvimento da criança. Pois bem, um estudo realizado em Londres avaliou o impacto do tipo e qualidade da interação pai-bebê, aos 3 e 24 meses, sobre o desenvolvimento cognitivo da criança, mensurado pela conhecida escala Bayles. 192 duplas de pais-bebês participaram da pesquisa. Aos 3 meses, os pais erma convidados a falar e brincar com o filho, sem o auxílio de brinquedos. Esta interação era gravada e analisada. As análises controlaram a idade paterna e da criança, nível educacional, depressão e até a interação mãe-bebê. Um dos resultados mais interessantes mostra que, aos 3 meses, crianças cujos pais apresentaram comportamentos mais retraídos e depressivos nas interações com seus bebês meses apresentaram menor pontuação na escala de desenvolvimento cognitivo. Aos 24 meses, o mesmo efeito, quanto pior a interação pior a pontuação das crianças.
Os autores destacam a importância potencial das intervenções para promover a participação dos pais no início da vida das crianças e as políticas que incentivam os pais a passar mais tempo com seus filhos quando eles ainda são bem pequenos. Aposto que os futuros papais vão mostrar esta pesquisa para seus patrões quando chegar a hora do bebê nascer.
(Sethna et al. Father-Child Interactions At 3 Months And 24 Months: Contributions To Children's Cognitive Development At 24 Months. Infant Ment Health J. 2017)
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