Endometriose afeta negativamente a qualidade de vida dos parceiros
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A endometriose é uma condição ginecológica comum que afeta cerca de 10% das mulheres em idade reprodutiva. Os sintomas comuns incluem dispareunia, dismenorréia (dor nas menstruações) e infertilidade. A intensidade dos sintomas varia muito entre as mulheres, mas é certo que a doença tem enorme custo físico, emocional e econômico. Pesquisas mostram que o custo médio da endometriose por mulher por ano devido a custos diretos e indiretos de cuidados de saúde é de US 12.000. Mas será que ela também interfere com a vida dos parceiros e maridos destas mulheres?. Um estudo realizado na Austrália avaliou o impacto da endometriose na qualidade de vida de parceiros de mulheres que tinham recebido um diagnóstico cirúrgico de endometriose. 151 homens, parceiros de mulheres com endometriose, recrutados em hospital terciário, responderam a questionário on line. Foram formuladas questões sobre os aspectos da vida diária, sexualidade, finanças, entre outros.
Os resultados deixam claro que a endometriose não afeta apenas a mulher, mas também o homem. Noventa e dois por cento dos parceiros relataram sentimentos negativos sobre o diagnóstico de endometriose que incluíram piora da vida sexual, das finanças e relação conjugal como um todo. E o impacto foi grande: setenta por cento deles relataram que a endometriose afetou sua vida cotidiana de forma moderada ou severa e mais de metade (52%) também sentiu que suas finanças foram afetadas. Pior ainda, eles reclamaram que apenas 1 de cada 3 profissionais de saúde foi útil e sensível com o casal no enfrentamento do. (N = 40) dos parceiros relataram que não receberam informações sobre o impacto da endometriose em casais. Falta de informação sobre como a endometriose poderia afetar a vida do casal foi mais comum do que esperado. Os autores chegam a comparar os sentimentos vividos pelo homem como semelhantes ao do luto, onde também se mesclam emoções negativas como medo e frustração. Tudo isso agravado pela cronicidade da doença que requer ora tratamentos hormonais ora intervenções cirúrgicas.
A publicação implica em algumas recomendações. Uma delas é a possibilidade de serem feitas melhorias para envolver os parceiros no processo de tratamento. A ideia é incluí-los, integralmente, no atendimento das suas parceiras e esposas. Outro ponto é proporcionar ao casal, homem e melhor, melhor educação, suporte e cuidados holísticos. A melhor comunicação com os profissionais de saúde não está na mensagem final, mas nem precisaria já que ela está na essência da relação médico-paciente. Qualquer que seja o paciente ou acompanhante.
(Ameratunga et al. Exploring the impact of endometriosis on partners. J. Obstet. Gynaecol. Res. 43(6):1048–1053, 2017)
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