Periodontite se associa com 14% de aumento no risco de câncer feminino
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Cuidados com a cavidade bucal e dentes são pouco freqüentes na população, até por razões culturais que não identificam a higiene oral como uma prática tão importante de saúde como medir a pressão, controlar a glicemia ou fazer exame de prevenção de câncer. Mas isso não é bem assim. E, pior ainda, a doença periodontal pode estar associada ao maior risco de câncer em mulheres mais velhas. Esta é a conclusão de um grande estudo americano (WHI) que avaliou prospectivamente mais de 65 mil mulheres, com idades entre 54 e 86 anos. No início da pesquisa elas forneceram informação sobre doenças periodontais no período de 1999 e 2003, por meio de pergunta direta. Posteriormente foram avaliadas por até 15 anos para a verificação da ocorrência de diferentes tipos de câncer. Foram avaliadas outras variáveis que poderiam confundir uma eventual associação entre periodontite e câncer, tais como idade, etnia, consumo de álcool e principalmente tabagismo.
O resultado mais impressionante confirma que história de doença periodontal se associou com aumento de 14% no risco total de câncer. E que estes resultados foram semelhantes quando as análises foram limitadas as mulheres que nunca haviam fumado na vida. A associação foi observada para vários tipos de câncer: mama, pulmão, esôfago, vesícula biliar e melanoma, sendo que a magnitude do efeito variou conforme a localização do tumor. Os mecanismos por meio dos quais a doença periodontal promove câncer não é bem definido e precisa ainda ser determinado. Uma teoria plausível admite que patógenos orais, certas bactérias, por exemplo, podem-se deslocar para outros locais do organismo por meio da saliva no intestino, aspiração na placa dental ou liberação na circulação a partir dos tecidos periodontais doentes. A identificação destes agentes em locais distante da boca já foi documentada. Falta ainda esclarecer o mecanismo da carcinogênese.
As implicações do estudo são evidentes. O tratamento da doença periodontal passa a ser também importante como forma de reduzir o risco destes tipos de câncer feminino. Principalmente se consideramos que problemas de saúde bucal, incluindo gengiva e dentes é mais freqüente com o aumento da idade e envelhecimento e que a maioria dos cânceres tende a ter um longo período de latência. Mas antes que os homens acreditem que este assunto é coisa de mulher, vale destacar que um outro estudo com mais de 48 mil profissionais de saúde masculinos dos EUA relatou um aumento de 14% do risco total de câncer, entre os homens com história de doença periodontal auto-relatada, na comparação com os que aqueles sem não possuem essa história. Como se observa, os homens também não vão escapar deste cuidados orais.
(Nwizu et al.Periodontal Disease and Incident Cancer Risk among Postmenopausal Women: Results from the Women's Health Initiative Observational Cohort. Cancer Epidemiol Biomarkers Prev; 26(8); 1255–65,2017)
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