Reposição hormonal transdérmica beneficia sexualidade da menopausada
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A disfunção sexual, importante fator determinante da saúde e qualidade de vida das mulheres, é comumente associada à diminuição dos níveis de estrogênio na transição para a menopausa. O principal hormônio estrogênico, o estradiol é também um modulador da função serotonérgica, afetando as regiões do cérebro que regulam o humor e o desejo sexual. Pelo menos, 23% das mulheres naturalmente menopáusicas se angustiam face ao à diminuição ou baixo desejo sexual. Uma opção de tratamento, nesta fase da vida é a terapia de reposição hormonal. Um ensaio clínico americano procurou avaliar os efeitos da terapia de estrogênio oral ou transdérmica versus placebo na função sexual de mulheres pós-menopáusicas. O estudo KEEPS seguiu prospectivamente, mulheres saudáveis, recentemente menopausadas que foram randomizadas para receber um tipo de reposição hormonal, o estrógeno conjugado por via oral, o estradiol transdérmico ou placebo. Os participantes também receberam 200 mg de progesterona micronizada oral (se randomizados para reposição hormonal). As mulheres tinham média de 53 anos (variando 42 a 58 anos). A função sexual foi avaliada por meio de um instrumento validado (FSFI), levando também em conta os domínios da sexualidade (desejo, excitação, lubrificação, orgasmo, satisfação e dor)
Quanto aos resultados, o tratamento transdérmico se associou com uma melhora significativa ainda que moderada no escore geral do FSFI em todos os momentos de avaliação, aso 18, 36 e 48 meses, quando comparado com o placebo.Já com o tratamento por via oral, não houve diferença significativa no escore geral da FSFI na comparação com o placebo. Alguns resultados podem ser comemorados ou não. Por exemplo, não houve diferença na pontuação geral da escala, entre os grupos de reposição hormonal, na avaliação com 4 anos. Já nos domínios específicos da função sexual, o tratamento transdérmico mostrou aumento significativo da lubrificação e diminuição da dor na comparação com o placebo. No geral, a proporção de mulheres com baixo desejo sexual foi significativamente menor apenas após o tratamento com reposição transdérmica versus placebo (67% vs 76%).
A conclusão é que a via transdérmica melhorou modestamente a função sexual em mulheres pós-menopáusicas. Uma parte do benefício sobre a sexualidade da reposição hormonal pode ser explicada pela ação local, no tecido reprodutivo, do estrógeno quer por via oral ou por via transdérmica. Mas para os domínios mais subjetivos da sexualidade, tais como desejo, excitação, orgasmo, e a satisfação sexual, a ausência de tratamento implica na manutenção da piora sexual. Neste caso, a via transdérmica parece ter algum benefício, pelo menos aos 18 meses de tratamento, que não é explicado apenas pela melhora fisiológica, mas eventualmente por uma melhora psicológica. Uma última observação, no estudo as ondas de calor não afetaram significativamente as alterações na pontuação do instrumento, nos 2 grupos, sugerindo que o tratamento destes sintomas não contribui significativamente para as melhorias observadas na função sexual. Uma novidade, que veio apenas para confirmar que não é fácil entender a sexualidade humana. Feminina e masculina, diga-se de passagem.
(Taylor et al. Effects of Oral vs Transdermal Estrogen Therapy on Sexual Function in Early Postmenopause Ancillary Study of the Kronos Early Estrogen Prevention Study (KEEPS)JAMA Intern Med. 2017. doi:10.1001/jamainternmed.2017.3877)
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