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Novas pílulas aumentam de 7 a 14 casos de trombose por 10 mil usuárias/ano

Alexandre Faisal

04/03/2016 11h43

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A polêmica sobre o risco de trombose com pílulas mais novas (em relação as de gerações anteriores) continua. Um estudo inglês esclarece se isto é verdade e qual o tamanho do risco 

Você deixaria de usar pílulas contraceptivas pelo (pequeno) risco de trombose ? Clique aqui para votar

          Cerca de 9% das mulheres em idade reprodutiva em todo o mundo usar contraceptivos orais. Este percentual sobe para 18% das mulheres nos países desenvolvidos e 28% das mulheres nos reino Unido. Os contraceptivos orais combinados que apresentam estrógeno e progesterona formar uma parte substancial destes, particularmente em mais nações desenvolvidas. Embora os contraceptivos orais combinados sejam eficazes na prevenção da gravidez, eles podem apresentar efeitos colaterais, tal como tromboembolismo venoso (TEV). Muitas mulheres podem querer saber se elas estão mais sujeitas a este sério risco, em função do tipo de pílula que ela usa. E conforme for, trocar de pílula ou de mesmo de método. Pois bem, um estudo realizado na Inglaterra procurou investigar a associação entre o uso de contraceptivos orais combinados e risco de TEV. Para isso usaram dados de dois estudos de caso-controle inseridos em duas coortes.

       O caso-controle é um tipo especial de estudo onde mulheres que desenvolveram TEV são comparadas com as mulheres sem o problema, levando em conta à exposição de interesse, no caso o uso das pílulas. Foram analisados dados de mulheres com idades entre 15-49 anos, com um primeiro diagnóstico de TEV, entre 2001-13, que foram comparadas com até 5 mulheres sem TEV (o grupo controle). O risco de TEV no ano anterior à pesquisa associado ao consumo de pílulas foi ajustado para tabagismo, consumo de álcool, etnia, índice de massa corporal e comorbidades. Vamos aos resultados. A exposição a qualquer tipo de contraceptivo oral combinado se associou com aumento de quase 3 vezes no risco de TVE, na comparação com nenhuma exposição, no ano anterior. Mas foram observadas algumas importantes diferenças. O risco (em vezes) foi maior para pílulas contendo as seguintes progesteronas: desogestrel (4,3), gestodeno (3,6),drospirenona (4,1) e ciproterona (4,2), na comparação com as progesteronas de segunda geração, tais como levonorgestrel (2,4) e a noretisterona (2,5). Olhando assim parece muito assustador, mas vale a pena conhecer outras leituras dos mesmos resultados. O número de casos adicionais de tromboembolismo venoso, por ano, por 10 000 mulheres usuárias da pílula combinada, variou de quase 7 casos para o levonorgestrel até 14 casos para desogestrel e ciproterona.  Deste modo, fica evidente que o risco absoluto é ainda pequeno.

         Os autores concluem que os riscos de TEV associado com oral combinado contraceptivos eram maiores para as preparações de drogas mais recentes do que para as pílulas de segunda geração, o que já havia sido indicado por outras pesquisas. Estas evidências devem auxiliar as autoridades envolvidas com a segurança dos medicamentos. Para as mulheres elas são um convite ao planejamento familiar sem influências de propagandas ou de terceiros.

(Vinogradova  et al. Use of combined oral contraceptives and risk of venous thromboembolism: nested case-control studies using the QResearch and CPRD databases. BMJ 2015;350:h2135)

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Sobre o Autor

Alexandre Faisal é ginecologista-obstetra, pós-doutor pela USP e pesquisador científico do Departamento de Medicina Preventiva da FMUSP. Formado em Psicossomática, pelo Instituto Sedes Sapientiae, publicou o livro "Ginecologia Psicossomática" e é co-autor do livro "Segredos de Mulher: diálogos entre um ginecologista e um psicanalista”. Atualmente é colunista da Rádio USP (FM 93.7) e da Rádio Bandeirantes (FM 90.9). Já realizou diversas palestras médicas no país e no exterior. Apresenta palestras culturais e sobre saúde em empresas e eventos.

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