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Mamografia aos 50 anos será bem aceita pelas mulheres?

Alexandre Faisal

21/10/2016 13h15

 

O Instituto Nacional do Câncer (INCA) divulgou recomendação para rastreamento do câncer de mama. A realização de mamografia a cada 2 anos entre 50 e 69 anos já era defendida por entidades internacionais. Aproveitando o Outubro Rosa, saiba um pouco sobre câncer de mama e sua (polêmica) prevenção 

Você concorda(ria) em realizar a primeira mamografia para prevenção do câncer mamário aos 50 anos ? Clique aqui para votar

         A campanha outubro rosa para prevenção e conscientização do câncer de mama já começou com o apoio do Ministério da Saúde e do Inca (Instituto Nacional do Câncer) que publicou dados recentes sobre os mais diversos tipos de câncer no Brasil, incluindo o câncer de mama. O mote da campanha é "Câncer de mama: vamos falar sobre isso?". Segundo o INCA, em 2016 o Brasil deve ter quase 58 mil casos novos, com risco estimado de 26 casos para cada 100 mil mulheres. Ao lado do câncer de colo uterino é o câncer mais freqüente e que mais mata no país. O câncer de mama é considerado uma doença heterogênea com relação à clínica e à morfologia, onde se reconhece mais de 20 subtipos diferentes da doença.  É um tipo de câncer considerado multifatorial, envolvendo fatores biológico-endócrinos, vida reprodutiva, comportamento e estilo de vida. Dentre os fatores associados temos principalmente a idade: as taxas de incidência aumentam rapidamente até os 50 anos. Após essa idade, o aumento ocorre de forma mais lenta. Câncer de mama observado em mulheres jovens apresenta características clínicas e epidemiológicas diversas, sendo em geral são mais agressivos. A história familiar de câncer de mama também é importante, sendo que alterações em genes, como os da família BRCA, aumentam o risco da doença. Mas vale lembrar que nove em cada dez casos de câncer de mama ocorrem em mulheres sem história familiar.
         Em relação à vida reprodutiva, nuliparidade (não ter filhos) e ter primeiro filhos após 30 anos aumentam o risco, enquanto aleitamento diminui. Além desses, consumo de álcool, excesso de peso, em particular após menopausa, sedentarismo e exposição à radiação ionizante também são considerados implicados no surgimento da doença. Admite-se que é possível evitar até 30% dos casos com alimentação saudável, prática de atividade física regular e manutenção do peso ideal. O diagnóstico precoce é fundamental para melhor sobrevida em 5 anos que passa dos 85% se o tumor for diagnosticado na fase inicial.
         A campanha destaca a importância do auto-exame das mamas como forma de conhecer o corpo identificando precocemente qualquer nódulo ou alteração. Mas o rastreamento baseia-se, de fato, na mamografia. A recomendação é de mamografia bienal para mulheres entre 50 a 69 anos. Para as mulheres consideradas de alto risco para câncer de mama (história familiar de câncer de mama na mãe e irmãs), recomenda-se o acompanhamento clínico individualizado. Uma recomendação que se baseia nos dados de muitas pesquisas, mas vai causar polêmica, antes, durante e depois do outubro rosa.
(www.inca.gov.br/bvscontrolecancer/publicacoes/edicao/Estimativa_2016.pdf)

 

 

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Sobre o Autor

Alexandre Faisal é ginecologista-obstetra, pós-doutor pela USP e pesquisador científico do Departamento de Medicina Preventiva da FMUSP. Formado em Psicossomática, pelo Instituto Sedes Sapientiae, publicou o livro "Ginecologia Psicossomática" e é co-autor do livro "Segredos de Mulher: diálogos entre um ginecologista e um psicanalista”. Atualmente é colunista da Rádio USP (FM 93.7) e da Rádio Bandeirantes (FM 90.9). Já realizou diversas palestras médicas no país e no exterior. Apresenta palestras culturais e sobre saúde em empresas e eventos.

Sobre o Blog

Acompanhe os boletins do "Saúde feminina: um jeito diferente de entender a mulher" que discutem os assuntos que interessam as mulheres e seus parceiros. Uma abordagem didática e descontraída das mais recentes pesquisas nacionais e internacionais sobre temas como gravidez, métodos anticoncepcionais, sexualidade, saúde mental, menopausa, adolescência, atividades físicas, dieta, relacionamento conjugal, etc. Aproveite.

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