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Um em cada 5 brasileiros sofre com dores na coluna

Alexandre Faisal

13/12/2018 19h52

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Um dos problemas mais citados por homens e mulheres de todas as classes e até mesmo idade é dor na coluna. A depender do modo como ela é avaliada afeta vida de até 1 em cada 3 ou 4 pessoas no mundo inteiro . O problema crônico de coluna não é via de regra fatal mas acarreta enorme prejuízo na qualidade de vida e custo social e econômico.  Um estudo realizado em 47 em 2010 mostra que o problema crônico de coluna é a principal causa de anos perdidos por incapacidade. Um estudo publicado por pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz e Universidade Estadual do Rio de Janeiro objetivaram avaliar a prevalência do problema de coluna e sua  associação com aspectos socioeconômicos, estilo de vida e condições de saúde no Brasil. Eles usaram dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2013.  Além calcularem a presença do problema eles avaliaram a gravidade da limitação imposta pela enfermidade. O resultado mais importante documenta que 18.5% dos nossa população com mais de 18 anos de idade sofre com este tipo de dor, que pode afetar qualquer região da coluna (cervical, torácica, lombar) e que as mulheres sofrem ainda mais que os homens (21%).  Estamos falando de 25 milhões de pessoas.

Pessoas com menor nível educacional, com má autoavaliação da saúde e que sofrem de outras doenças crônicas são particularmente atingidas pelo problema. A má notícia para quem pensa que queixa de coluna é coisa de velho é que a idade média de início do problema crônico de coluna é 35 anos. E, se por uma lado, a ocorrência do problema se estabiliza aos 50 anos,  a gravidade da limitação aumenta com o passar dos anos. E aí sim, os mais velhos sofrem mais.  Principalmente, as mulheres idosas, com mais de 65 anos. É possível que a constituição musculoesquelética e as atividades diárias desempenhadas pelas mulheres contribuem para esta desigualdade de gênero na gravidade do quadro.  Outro aspecto é que a idade média do início do dor crônica de coluna ocorre entre 14 e 16 anos, principalmente nas meninas.

Como consolo, se é que isso serve de consolo, a alta prevalência brasileira é similar a de outros países. Uma meta-analise com  165 estudos de 54 países encontrou prevalência de problema crônico de coluna de 18 a 19%. A mensagem final do artigo é a promoção e prevenção do problema crônico de coluna, especialmente antes dos 50 anos de idade, por meio de medidas específicas e educativas. Como não é possível e nem desejável  deter o envelhecimento populacional dos brasileiros, uma boa alternativa e ajudá-los a viver melhor com suas dores, incluindo as dores de coluna.

(Romero et al. Prevalência, fatores associados e limitações relacionados ao problema crônico de coluna entre adultos e idosos no Brasil. Cad. Saúde Pública 2018; 34(2):e00012817)

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Sobre o Autor

Alexandre Faisal é ginecologista-obstetra, pós-doutor pela USP e pesquisador científico do Departamento de Medicina Preventiva da FMUSP. Formado em Psicossomática, pelo Instituto Sedes Sapientiae, publicou o livro "Ginecologia Psicossomática" e é co-autor do livro "Segredos de Mulher: diálogos entre um ginecologista e um psicanalista”. Atualmente é colunista da Rádio USP (FM 93.7) e da Rádio Bandeirantes (FM 90.9). Já realizou diversas palestras médicas no país e no exterior. Apresenta palestras culturais e sobre saúde em empresas e eventos.

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