Exercícios físicos são efetivos no tratamento da depressão ?
Os transtornos mentais, incluindo a depressão, são problemas cada vez mais comuns. Uma meta-análise avalia se os exercícios podem ser empregados como forma de tratamento
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Os transtornos mentais são um sério problema de saúde pública mundial, com estimativas de prevalência entre 18 e 36%. A linha de frente do tratamento são os medicamentos psicotrópicos, mas existe um grande interesse no papel dos exercícios físicos como terapêutica auxiliar no tratamento destas perturbações afetivas. E embora existam dúvidas, já são conhecidos alguns mecanismos neurobiológicos e hormonais que explicam os benefícios dos exercícios. Mas será que os diversos estudos apontam na mesma direção. Para esclarecer esta questão, pesquisadores australianos fizeram uma revisão sistemática sobre o efeito do exercício na depressão, depressão após o parto e transtorno bipolar. Quanto à depressão, sugere-se que exercícios são melhores do que nenhum tipo de tratamento, mas menos efetivos que o tratamento medicamentoso. Uma dúvida refere-se a duração do benefício: se ela é mais evidente no início da prática esportiva, ao longo do tempo, o efeito tende a diminuir ou mesmo desaparecer.
Quanto ao uso dos exercícios físicos na depressão após o parto e nos casos de transtorno bipolar existem poucos estudos, nem sempre de boa qualidade, limitando assim recomendações. Mas de modo geral, os autores afirmam que os dados são mais favoráveis a este tipo de tratamento, que tem poucos efeitos colaterais ou eventos adversos. Eles concluem que o exercício supervisionado, individual ou em grupo, de baixa a moderada intensidade, ou com intensidade definida pelo próprio indivíduo, por 30 a 40 minutos por sessão, de três a quatro vezes por semana, por pelo menos 9 a 12 semanas possivelmente é benéfico para pessoas com transtornos do humor. Vale andar a pé ou de bicicleta, mas vale a pena sempre levar em conta as preferências individuais e recursos disponíveis.
Um cuidado particular é a prescrição de exercícios para pessoas com transtorno bipolar, que estão em fase de hipo ou hipermania. Mas como se vê, as recomendações se assemelham muito com aquelas preconizadas para pessoas sem alterações do humor. O que nos permite concluir que a prática de exercício levanta ou pelo menos mantém no alto nosso astral.
(Stanton et al. Exercise interventions for the treatment of affective disorders – research to practice. Frontiers in psychiatry. 5(46); 2014)
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