Laqueadura tubária por laparoscopia ou por histeroscopia?
Laqueadura tubária é a escolha de contracepção de muitas mulheres. Um estudo americano compara a laqueadura tubária por laparoscopia e por histeroscopia, um procedimento recente e menos complexo.
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Laqueadura tubária bilateral, por via laparoscópica, é o principal método de controle de natalidade permanente para mulheres, ao longo das últimas décadas. Nos Estados Unidos, 10 milhões de mulheres optaram pela laqueadura tubária. Trata-se de procedimento relativamente complexo que demanda internação e equipe capacitada. Recentemente foi desenvolvido um método alternativo muito menos invasivo, a esterilização histeroscópica, que já está aprovada em diversos países europeus, da América do Sul, nos Estados Unidos e Austrália. Neste método, que não requer anestesia geral, é inserido um dispositivo nas trompas que impede a fertilização. Mas será que a nova técnica é igualmente efetiva e segura. Um estudo americano procurou comparar a segurança e eficácia da esterilização histeroscópica com o dispositivo "Essure" com a esterilização laparoscópica. Foram incluídas 8048 pacientes submetidas à esterilização histeroscópica e 44278 submetidas à esterilização laparoscopia, entre 2005 e 2013, em Nova York.
Os principais desfechos avaliados foram segurança no prazo de 30 dias de procedimentos; gestação não intencional e reoperações, no prazo de um ano. Quanto aos resultados houve aumento significativo na utilização de procedimentos histeroscópicos durante este período, enquanto o uso de esterilização laparoscópica diminuiu. Um ano após a cirurgia, esterilização histeroscópica não se associou com maior risco de gravidez não intencional. Nos 2 grupos, a taxa de gravidez não planejada foi de 1.1 a 1.2%. No entanto, a nova técnica se associou com risco substancialmente maior de reoperação na comparação com esterilização laparoscópica; 2.4% contra 0.2%. Isso significa risco 10 vezes maior, sendo que este maior risco de reoperação persistiu em vários grupos etários e nas pacientes com história de doença inflamatória pélvica.
A mensagem final é que mulheres interessadas em esterilização tubária devem ser informadas dos benefícios e riscos de ambos os procedimentos. E nós estamos falando de 600 mil casos por ano nos Estados Unidos. A situação não é diferente por aqui. O Brasil apresenta uma das maiores taxas de laqueadura tubária do mundo. Enfim são muitas mulheres que merecem receber a melhor informação e o melhor tratamento.
(Mao et al. Safety and efficacy of hysteroscopic sterilization compared with laparoscopic sterilization: an observational cohort study BMJ 2015;351:h5162)
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