Saiba quando começar (e quando parar) de fazer mamografia
A Força- tarefa americana publica recomendações para o rastreamento do câncer de mama. Conheça as principais recomendações.
Você prefere começar a fazer mamografia para diagnóstico precoce do câncer de mama com que idade….? Clique aqui para votar
A notícia recebeu destaque na mídia e com certeza vai colocar em lados opostos alguns médicos e, possivelmente, médicos e suas pacientes. No centro do debate está o rastreamento do câncer de mama por meio da mamografia. A força tarefa americana, U.S. Preventive Services Task Force, reforçou este mês as recomendações que datavam de 2009 sobre o início e periodicidade da prevenção do câncer mamário, um problema que atinge muitas mulheres em países desenvolvidos e em desenvolvimento, tal como o Brasil. Já naquela data, os autores da publicação recomendavam o uso da mamografia a cada 2 anos para mulheres, com baixo risco de câncer de mama, com idade entre igual ou superior a 50 anos.
As novas recomendações não se referem às mulheres de alto risco, tais com as portadoras de câncer mamário ou de lesões atípicas hiperplásicas prévias e de anomalias genéticas (alterações nos genes BRCA 1 ou 2). A questão é polêmica porque envolve dois aspectos da mamografia. De um lado, o benefício do exame medido pelo número (pequeno) de mortes por câncer de mama que são evitados. O rastreamento repetitivo, ao longo de 10 anos, previne 4, 8 e 21 mortes em 10 mil mulheres com idades entre 40–49, 50–59 e 60-69, respectivamente. Do outro lado, a mamografia se associa com diagnósticos de tumores que não existem (o chamado falso-positivo) e de "excesso de diagnóstico" ou "sobrediagnóstico" (em inglês "overdiagnosis") onde são detectados (e, em geral tratados), tumores que teriam naturalmente uma evolução mais benigna e que não levariam a mulher à morte. O debate não vai terminar já que envolve opiniões distintas de diferentes entidades médicas e a aceitação (nem sempre complacente) das próprias mulheres.
Mas, além da mamografia a cada 2 anos entre 50 e 74 anos de idade, a entidade faz outras recomendações que merecem ser lembradas. Entre elas, a participação da mulher no início do rastreamento antes dos 50 anos, o questionamento dos benefícios da mamografia após os 74 anos de idade e da associação da mamografia com a tomosíntese. Finalmente, a força tarefa não reforça o uso da resonância magnética (ou tomosíntese) para mulheres com diagnóstico de mamas densas, uma situação relativamente comum e que se associa com pequeno aumento do risco de câncer mamário. Estas mulheres devem discutir com seus médicos as melhores opções de prevenção. Muitas mulheres podem argumentar que no fundo é isso que todas devem fazer, não só no caso do câncer de mama, mas em qualquer situação, sempre.
(Siu et al. Screening for breast cancer: U.S. Preventive Services Task Force recommendation statement. Ann Intern Med 2016;164:279).
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