Desejo sexual dos homens é maior que o das mulheres?
O senso comum admite que os homens tem maior apetite sexual do que as mulheres. Um artigo canadense questiona se é isso mesmo.
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O desejo sexual é frequentemente definido como a motivação para procurar experiências sexuais solitárias ou com um parceiro/a. A maioria das pessoas, com base em publicações científicas, acredita que o desejo sexual dos homens é mais forte e mais frequente do que o desejo (ou libido) das mulheres. Mas será isso mesmo?. Um artigo de pesquisadores canadenses publicado no periódico "Current Sexual Health Reports" faz uma revisão de alguns aspectos que dão suporte a esta crença e mostra que as coisas não são bem assim. Ele critica, por exemplo, as evidências de que a baixa libido atinja até 40% das mulheres, dobro das taxas para os homens. O argumento é que a avaliação do desejo está, muitas vezes, associada ao relato da vida sexual da pessoa. Neste caso, os estudos mostram que a freqüência da atividade sexual relatada por homens é maior do que aquela relatada pelas mulheres. No entanto, estas diferenças podem ser decorrentes das normas sociais, dos preconceitos e das restrições à expressão das mulheres da sua sexualidade.
O fato é que existe um duplo padrão de comportamento: os homens são incentivados a ter e realizar atitudes mais permissivas em relação à sexualidade, ao passo que as mulheres têm sido educadas para manter um padrão mais conservador de atitudes sexuais e sofrer maiores repercussões sociais se expressarem livremente seus desejos e práticas sexuais. Outro aspecto é a questão dos objetivos sexuais. Por exemplo, o desejo sexual em homens parece estar estreitamente relacionado com o comportamento sexual, como o prazer e orgasmo. Para as mulheres, a atividade sexual não parece ser o único objetivo para a "satisfação do desejo". Elas almejam mais intimidade e proximidade emocional. Assim a avaliação do desejo sexual de homens e mulheres deveria captar estas dimensões subjetivas da sexualidade. Mais um aspecto: homens relatam menor tolerância à abstinência e maior desejo de atividades, com ou sem a presença de uma parceira, na comparação com as mulheres. Ou seja, os homens são mais afetados pelos efeitos da privação sexual do que as mulheres. Mas o fato é que, segundo as autoras do artigo, este dado pode não refletir uma diferença de gênero no desejo sexual em si, mas uma diferença de gênero na percepção e comunicação de outras necessidades biológicas. Estudos mostram que os homens eram mais propensos a relatar pensamentos não apenas sobre sexo, mas também sobre outras necessidades instintivas, tais como a fome e o sono, sugerindo que os homens podem ser mais sensíveis à gama de fatores biológicos.
Em resumo, o artigo questiona o antigo mito de que o apetite sexual dos homens é maior do que o das mulheres e propõe novas formas de investigar o tema. Mas de imediato, dá para imaginar que neste ranking de desejo sexual, não há vitoriosos, já que homens e mulheres são, felizmente, diferentes.
(Dawson & Chivers. Gender Differences and Similarities in Sexual Desire. Curr Sex Health Rep, 2014)
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