Ter propósito na vida reduz risco de morte e doença cardiovascular em 17%
Ter objetivo maior na vida faz parte do nosso bem estar psicológico e contribui para comportamentos saudáveis. Uma meta-análise avalia se ter propósito na vida reduz a mortalidade
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Ter um objetivo de vida é considerado componente essencial do bem estar psicológico. Objetivo de vida não só organiza a vida da pessoa, como também a estimula na adoção de certos comportamentos e, mais ainda, proporciona um sentido ou significado para a existência. Uma vez conquistado, o indivíduo sente-se realizado e potente. No caso de falha, predomina a tensão e sensação de fracasso. Mas será que atingir metas na vida se associa com melhor estado de saúde?. Ou, mais especificamente, com menor taxa de mortalidade?. Uma meta-análise tentou responder esta questão, agrupando dados de 10 estudos observacionais prospectivos que investigaram a relação entre ter propósito maior na vida e mortalidade e presença de doença cardio-vascular. No total foram analisados dados de mais de 136 mil participantes. Os resultados não deixam dúvida: vale a pena ter uma vida digna de ser vivida, Isso é vale a pena ter um objetivo maior nesta nossa breve existência, já que isso reduziu significativamente a mortalidade por todas as causas, em 17%. A mesma redução, 17% foi observada para doenças cardio-vasculares, ao se comparar pessoas com e sem objetivo de vida.
Estes resultados foram similares mesmo se levando em conta o país de origem estudo, os questionários utilizados para medir propósito na vida, a idade das pessoas, e se os participantes apresentavam ou não doença cardiovascular previamente. Como explicar o que parece óbvio e intuitivo?. Uma hipótese é que o propósito na vida pode ter efeito amenizador no impacto negativo de eventos estressores do cotidiano. Por exemplo, aceita-se que ele melhore a resposta imunológica. De fato, todos nós sabemos, que as respostas do indivíduo frente às situações traumáticas de vida, quer elas estimulem ou não reações biológicas, são importantes para a manutenção da saúde física e mental. Em segundo lugar, ter propósito na vida também pode exercer efeitos clínicos positivos em função da adoção de comportamentos saudáveis, tais como dieta saudável, atividade física e prevenção do abuso de substâncias, como álcool ou drogas. Estudos que abordaram o otimismo e o suporte social mostraram as mesmas associações.
O resumo da história é que dar um sentido maior e mais digno na vida, almejando a realização de um objetivo resulta num benefício extra para a pessoa: menor chance de apresentar doença cardio-vascular ou mesmo de vir a morrer. Assim quem tem um propósito na vida está bem na fita (e na vida). Quem não tem deve ser encorajado a adotar um. Quem sabe por meio de terapia, meditação ou outro meio qualquer. Os mecanismos deste feliz associação entre objetivo de vida e saúde não estão completamente elucidados e estarão a espera de futuras pesquisas. Mas, muitos podem concordar que isso, de fato, pode ficar para depois.
(Cohen et al. Purpose in Life and Its Relationship to All-Cause Mortality and Cardiovascular Events: A Meta-Analysis. Psychosomatic Medicine, V 78 • 122-133, 2016)
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