Além da saúde, vacinação também tem impacto positivo na economia
A vacinação é uma das intervenções mais eficazes em termos de custo na saúde pública. No entanto, a introdução e o uso continuado de qualquer novo tipo de vacina devem ser definidos gestores e políticas de saúde que avaliem além do seus impactos positivos para a saúde , o potencial de benefício econômico. Um estudo conduzido por pesquisados de diversos países e liderado pela Universidade da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, procurou estimar o impacto econômico que poderá ser alcançado com as campanhas de vacinação contra 10 doenças infecciosas, realizadas entre 2001 e 2020, em 73 países de baixa e média renda. Na lista de países estão muitos países africanos, asiáticos e até sul-americanos. Gana, Congo, Ucrânia, Índia e Bolívia estão na lista. O Brasil, infelizmente, não foi incluído. Estas campanhas receberam o suporte de 2 fundações internacionais a GAVI, na Suíça e a americana Fundação Bill Gates.
Os autores da publicação utilizaram modelos de impacto na saúde para estimar o impacto econômico das vacinas contra Haemophilus influenzae, hepatite B, HPV, encefalite (japonesa), sarampo, Neisseria meningitidis, rotavírus, rubéola, Streptococcus pneumoniae e febre amarela. Na comparação com ausência de vacinação, os custos foram calculados, em dólares, considerando diversos parâmetros tais como tratamento evitado, custos de transporte, perdas de produtividade dos cuidadores e perdas de produtividade por incapacidade e morte. Foram usados métodos específicos para estimar o valor mais amplo, econômico e social, de uma vida mais longa e com bom estado de saúde decorrente da imunização. Quanto aos resultados, admite-se que nos 73 países, a vacinação, entre 2001 e 2020, evitará mais de 20 milhões de mortes e economizará US$ 350 bilhões. As mortes e incapacidades evitadas pela administração das vacinas, durante as duas décadas, resultarão em ganhos estimados de produtividade ao longo da vida de US$ 330 bilhões e US$ 9 bilhões, respectivamente. Prevê-se também uma economia de cerca de US$ 5 bilhões relacionadas aos custos de tratamento. Mas o dado mais significativo é o impacto global, econômico e social, associado à qualidade de uma vida mais longa e saudável: a estimativa é de US$ 820 bilhões.
A conclusão do estudo é que, em alguns dos países mais pobres do mundo, a imunização por meio das vacinas, ultrapassa os limites do campo da saúde, ao evitar custos e aumentar a produtividade econômica. E por razões óbvias estas campanhas são ainda mais relevantes quando realizadas na infância ou adolescência, já que vacinas aplicadas tardiamente visando a diminuição da incidência de doenças crônicas em adultos tem menor potencial de benefício econômico. este tipo de resultado, que aborda e até extrapola a dimensão econômica, nos permite dizer que vacinação é um ótima aplicação.
(Ozawa et al. Estimated economic impact of vaccinations in 73 low- and middleincome countries, 2001–2020 Bull World Health Organ 2017;95:629–638 | doi: http://dx.doi.org/10.2471/BLT.16.178475)
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