Em oncologia, tratamentos alternativos aumentam risco de morte
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As chamadas práticas Integrativas e complementares estão no centro de debate que opõe médicos e entidades médicas e os defensores destas modalidades de tratamento. O assunto ficou mais evidente depois do anúncio da inclusão de 10 novas modalidades de práticas complementares na rede básica , o SUS. Médicos e cientistas criticam a escassez de estudos bem fundamentados e de qualidade que justifiquem adoção destas práticas. Um artigo recém-publicado no periódico "Journal National Cancer Institute" vai dar mais razão para as críticas. Pesquisadores de Yale usaram dados de uma base nacional de câncer americana, do período de 2004 a 2013, para comparar a evolução de 281 pacientes com câncer não metastático (mama, próstata, pulmão e coloretal que optaram por serem tratados com medicina alternativa (MA) com a evolução de 560 pacientes com mesmas características clínicas. Dados sociodemográficos foram controlados nas análises. Os resultados são desoladores e desencorajam o não seguimento dos tratamentos tradicionais de oncologia.
Os autores observaram que os pacientes que recusaram tratamentos convencionais (quimioterapia, radioterapia, cirurgia) para estágios do câncer passíveis de cura apresentaram maior risco de morte do que os pacientes que fizeram uso destes tratamentos clássicos. O risco de morte variou de 2 x para o caso de câncer de pulmão a 5 x no caso de câncer de mama, para pacientes que optaram por MA. Cabe ressaltar que trata-se de um número bem pequeno de pacientes que fazem este tipo de opção. É possível que questões emocionais e espirituais façam parte desta escolha. Mas é preocupante pensar que desinformação também seja uma causa. Os autores destacam , no entanto, que MA não é a mesma coisa que práticas complementares, que como atesta o próprio nome, se propõe a complementar o tratamento médico. MA é na verdade uma terapia substitutiva sem qualquer fundamentação científica. E aí está o grande perigo.
O resultado da pesquisa pode servir como uma alerta a determinados grupos de paciente. E pode também ser fonte de estímulo para que os adeptos das práticas complementares submetam suas convicções ao rigor da pesquisa científica médica.
(Johnson et al. Use of alternative medicine for cancer and its impact on survival. J Nati Cancer Inst 2018 110(1):djx145)
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