Em jovens, "vício na internet" se associa com sofrimento psíquico
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Todos nós concordamos: ficou difícil viver ser a internet. Ela se tornou um componente indispensável da nossa vida contemporânea, no trabalho, estudos, lazer e interação social. Mas para algumas pessoas, a situação é bem diferente, e a internet é um vício: os ingleses chamam de "Internet Addiction" (IA). A pessoa passa horas por dia acessando a rede e apresenta queixas clínicas importantes: modificação do humor, intolerância, retraimento social e conflitos psicológicos. Os sintomas são recorrentes e a pessoa pode ter prejuízos no ambiente social, familiar e de trabalho. Muitos dos fatores relacionados à gravidade da IA ainda são desconhecidos. Um estudo realizado no Japão, por pesquisadores do Departamento de Neuropsiquiatria da Keio University School of Medicine, procurou examinar a prevalência e fatores associados à gravidade da IA, em mais de 3200 estudantes japoneses, do primário à universidade. Os pesquisadores usaram diversos questionários e instrumentos, sendo que um deles avaliou a IA. Neste instrumento, o número de horas na Internet era item importante para o diagnóstico. O sofrimento psíquico também foi mensurado.
Os resultados mostram que a gravidade da IA se associou com uso de serviços de mensagem, SMS, jogos, uso da Internet nas férias, menor tempo de sono e menor idade no primeiro contato com internet. E claro IA se associou com sofrimento psíquico. Em contrapartida, o uso da Internet para fins educacionais foi fator de proteção. A explicação pode estar na busca irreal e inatingível por reconhecimento e afeto na rede, quando de fato, as relações sociais, reais e não virtuais, são malsucedidas. Por outro lado, estudos neuropsicológicos e de neuroimagem sugerem que a IA está ligada a alterações funcionais em áreas do cérebro, como o córtex pré-frontal. Esta área cerebral está relacionada a determinados comportamentos que podem ou não ser de risco, incluindo, por exemplo, o modo como a pessoa enfrenta os problemas. Futuras pesquisas sobre IA deverão se ocupar deste e de outros aspectos. E que seja rápido já que entre os mais afetados pelo excesso de conexão são as crianças e adolescentes.
(ElSalhy et al. Relationships between Internet addiction and clinicodemographic and behavioral factors. Neuropsychiatric Disease and Treatment 2019:15 739–752).
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