Pacientes e ginecologistas tem percepções diferentes sobre contraceptivos
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A escolha do método ideal de contracepção não é simples. Ela deve levar em conta muitos aspectos, incluindo estilo de vida, fatores de risco, benefícios além da contracepção e claro, eficácia. No Brasil, três em cada quatro mulheres usam algum tipo de método contraceptivo. Porém, nas regiões mais pobres do país, a prevalência relatada de uso de contraceptivo é de 62%, sendo que em muitos casos isso decorre do acesso aos serviços de planejamento familiar. Conhecer opiniões de profissionais de saúde e de mulheres sobre os diferentes aspectos dos contraceptivos é passo fundamental para atender adequadamente as mulheres. Pois bem, este foi o objetivo do estudo Thinking About Needs in Contraception (TANCO) – Pensando nas Necessidades em Contracepção, realizado no Brasil. O conceito do estudo foi elaborado em conjunto com uma organização de pesquisa de mercado global e foi patrocinado por uma conhecida multinacional farmacêutica. Estudo similar foi realizado em outros 11 países. Trata-se de uma pesquisa quantitativa online que contou com ginecologistas com pelo menos 2 anos de experiência clínica e mulheres entre 18 e 49 anos que foram convidadas a participar da pesquisa por seus próprios médicos. A pesquisa explorou o conhecimento e o uso de métodos contraceptivos, a satisfação com o método atual, e o interesse em receber mais informações sobre todos os métodos.
Vamos aos resultados: 73% das mulheres estavam usando métodos de curta duração (por exemplo, pílula) e 9% estavam usando um método de longa ação (Dispositivo intrauterino- DIU). 62% das mulheres estavam interessadas em receber mais informações sobre todos os métodos. Um dado interessante é a clara divergência de percepção de médicos e pacientes. Por exemplo, 50% das mulheres que tomavam pílulas alegaram esquecimento de uma pílula nos últimos 3 meses. 22% dessas mulheres disseram ter esquecido de tomar 3 ou mais vezes, neste período. Já para os médicos, apenas 36% das suas pacientes esqueceram de tomar uma pílula nos últimos 3 meses. Quanto ao DIU, 69% das mulheres disseram que considerariam o uso de método de longa duração (DIU ou implante) se recebessem informações mais abrangentes sobre esse método enquanto para os médicos este número seria de 38%.
A conclusão é que há espaço para mais informação, em particular para os métodos de longa duração. Neste momento, os profissionais de saúde tendem a subestimar o interesse das mulheres em receber informações sobre a contracepção em geral e, mais especificamente, sobre os métodos de longa duração. Como se vê, as brasileiras estão, de modo geral, satisfeitas com suas escolhas. Mas poderiam estar ainda mais se o leque de informações for ampliado. Acho que ninguém duvida que feliz com o método contraceptivo é parte do caminho para a felicidade geral da mulher.
(Machado et al. Different Perceptions among Women and Their Physicians Regarding Contraceptive Counseling: Results from the TANCO Survey in Brazil. Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia/RBGO Gynecology and Obstetrics. 2020; 42(05), 255-265)
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